Se você estiver interessado em conhecer a carta dos direitos humanos acesse esse site abaixo:
http://www.onu.org.br/img/2014/09/DUDH.pdf
Patriotas do Conhecimento
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Direitos Humanos
O que são os Direitos Humanos?
Os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição.
Os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre e muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem discriminação.
O Direito Internacional dos Direitos Humanos estabelece as obrigações dos governos de agirem de determinadas maneiras ou de se absterem de certos atos, a fim de promover e proteger os direitos humanos e as liberdades de grupos ou indivíduos.
Desde o estabelecimento das Nações Unidas, em 1945 – em meio ao forte lembrete sobre a barbárie da Segunda Guerra Mundial –, um de seus objetivos fundamentais tem sido promover e encorajar o respeito aos direitos humanos para todos, conforme estipulado na Carta das Nações Unidas:
“Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, … a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações…”
Preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948
Chuvas matam cinco e deixam 22 mil desabrigados na Nicarágua
Vítimas moravam em zonas rurais e foram arrastadas ao cruzarem rios.
Mais de 2 mil casas foram destruídas; governo criou 15 abrigos temporários.
Cinco pessoas morreram e 21.901 estão desabrigadas na Nicarágua, em função das fortes chuvas que provocaram o aumento no volume de rios, deslizamentos e danificaram casas e estradas - informou o governo nesta terça-feira (14).
As vítimas moravam em zonas rurais e foram arrastadas pelas águas quando tentavam cruzar rios, informou a porta-voz do governo, Rosario Murillo.
Rosario lamentou as mortes e pediu à população que não tente atravessar os rios neste período de enchente e espere as águas baixarem.
O governo disponibilizou 15 abrigos temporários, para onde foram levadas 953 pessoas. Elas estão recebendo alimentos e itens de primeira necessidade, segundo as autoridades.
Em sete dias de chuvas com intensidades de moderada a intensa, provocadas por sistemas de baixa pressão, o governo registrou estragos em 2.432 casas , além de dezenas de quilômetros de estradas e pontes danificadas, completou a porta-voz.
Ao todo, 74 comunidades e bairros sofrem com o temporal em seis dos 17 departamentos do país, completou Rosario Murillo.
As vítimas moravam em zonas rurais e foram arrastadas pelas águas quando tentavam cruzar rios, informou a porta-voz do governo, Rosario Murillo.
Rosario lamentou as mortes e pediu à população que não tente atravessar os rios neste período de enchente e espere as águas baixarem.
O governo disponibilizou 15 abrigos temporários, para onde foram levadas 953 pessoas. Elas estão recebendo alimentos e itens de primeira necessidade, segundo as autoridades.
Em sete dias de chuvas com intensidades de moderada a intensa, provocadas por sistemas de baixa pressão, o governo registrou estragos em 2.432 casas , além de dezenas de quilômetros de estradas e pontes danificadas, completou a porta-voz.
Ao todo, 74 comunidades e bairros sofrem com o temporal em seis dos 17 departamentos do país, completou Rosario Murillo.
terça-feira, 17 de junho de 2014
Ciência: Trem que flutua pode ser opção para o transporte urbano no Brasil
O nome MagLev Cobra até pode lembrar um filme de ficção científica. MagLev é a sigla para Magnetic Levitation Transport, ou Transporte por Levitação Magnética, em português. Já MagLev Cobra é o primeiro trem brasileiro de levitação magnética que está sendo desenvolvido na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) e pela Escola Politécnica por meio do Laboratório de Aplicações de Supercondutores (Lasup).
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Com o crescimento dos centros urbanos, o aumento dos congestionamentos de veículos e da poluição causada por eles, opções como o MagLev Cobra são vistas como soluções alternativas de transporte em grandes metrópoles.
No caso deste novo trem, seus criadores argumentam que ele apresenta três pontos positivos: é veloz (pode alcançar 400km/h ligando cidades; o trajeto Rio de Janeiro-São Paulo poderia ser feito em até 50 minutos), não polui e o custo é mais barato do que construir uma linha de metrô subterrânea.
A construção de uma linha de metrô no Rio de Janeiro, por exemlo, é avaliada em cerca de R$ 100 milhões por quilômetro, o quilômetro da obra de um trem por levitação magnética custaria cerca de R$ 33 milhões. Na construção da Linha 4 do Metrô de São Paulo foram gastos mais de R$ 180 milhões/km – a justificativa são os custos de perfuração de túneis, a construção de estações subterrâneas e as desapropriações.
O projeto do MagLev, que está sendo testado no Coppe -- o primeiro de levitação da América Latina--, foi orçado em R$ 4 milhões. O protótipo tem capacidade para levar 30 passageiros em quatro módulos e vai operar em uma linha que liga dois centros de tecnologia no próprio campus da UFRJ, numa distância de 200 metros. Após a fase de testes, o trajeto será ampliado para 4,5km dentro da Cidade Universitária. A previsão é que o veículo entre em operação ainda em 2014 e que em alguns anos, o sistema possa ser expandido.
O MagLev brasileiro ainda é um projeto experimental e sua aplicação no transporte público necessita de investimentos do governo.
Com o crescimento dos centros urbanos, o aumento dos congestionamentos de veículos e da poluição causada por eles, opções como o MagLev Cobra são vistas como soluções alternativas de transporte em grandes metrópoles.
No caso deste novo trem, seus criadores argumentam que ele apresenta três pontos positivos: é veloz (pode alcançar 400km/h ligando cidades; o trajeto Rio de Janeiro-São Paulo poderia ser feito em até 50 minutos), não polui e o custo é mais barato do que construir uma linha de metrô subterrânea.
A construção de uma linha de metrô no Rio de Janeiro, por exemlo, é avaliada em cerca de R$ 100 milhões por quilômetro, o quilômetro da obra de um trem por levitação magnética custaria cerca de R$ 33 milhões. Na construção da Linha 4 do Metrô de São Paulo foram gastos mais de R$ 180 milhões/km – a justificativa são os custos de perfuração de túneis, a construção de estações subterrâneas e as desapropriações.
O projeto do MagLev, que está sendo testado no Coppe -- o primeiro de levitação da América Latina--, foi orçado em R$ 4 milhões. O protótipo tem capacidade para levar 30 passageiros em quatro módulos e vai operar em uma linha que liga dois centros de tecnologia no próprio campus da UFRJ, numa distância de 200 metros. Após a fase de testes, o trajeto será ampliado para 4,5km dentro da Cidade Universitária. A previsão é que o veículo entre em operação ainda em 2014 e que em alguns anos, o sistema possa ser expandido.
O MagLev brasileiro ainda é um projeto experimental e sua aplicação no transporte público necessita de investimentos do governo.
Os supertrens no mundo
A ideia de usar trens que levitam no transporte urbano não é recente. Entre os primeiros que pensaram no tema estão os cientistas Gordon T. Danby e James R. Powell, do Laboratório Nacional de Brookhaven, em Nova York (EUA). Nos anos 1960 eles propuseram o uso de bobinas supercondutoras para produzir um campo magnético que levitasse os trens. Nos anos 1970 e 1980 foram construídos os primeiros protótipos do MagLev na Alemanha e no Japão.
Hoje, Alemanha, Japão, China e Coreia do Sul investem em projetos como esse. Os modelos em uso trabalham com três tecnologias de levitação: a eletromagnética, que desde 2003 liga o Aeroporto Internacional de Xangai, na China, ao centro da cidade; a eletrodinâmica, usada pelos japoneses e que detém o recorde de velocidade de trens com a marca de 581 km/h (nesse caso, o trem se movimenta nos trilhos e, após atingir determinada velocidade, passa a flutuar); e a magnética, usada no projeto da UFRJ.
O MagLev de Xangai é o único trem deste modelo a operar comercialmente no mundo. O percurso de aproximadamente 30 km é feito em 7 minutos e 20 segundos, a uma velocidade de 431 km/h. Construído em dois anos e meio a um custo de US$ 1,33 bilhões, o MagLev chinês é alvo de críticas devido ao seu percurso reduzido, que acaba não beneficiando tanto os moradores locais.
Da China também vem outra novidade: o Super MagLev, que pode atingir velocidades de até 804 km/h. O trem ainda está em fase de testes e não tem previsão para entrar em operação. No Japão, a Central Japan Railway trabalha num projeto para construir um trem de levitação magnética capaz de chegar a 600 km/h. A ideia é colocá-lo em operação em 2027.
Embora apresente muitas vantagens, a baixa incidência de fornecedores nacionais para produzir elementos críticos do projeto, como criostatos e superimãs, a falta de estudos mais aprofundados sobre o tema e a necessidade de um investimento alto para o início das operações, são fatores que fazem com que nenhum país, exceto a China, tenha colocado esse modelo de transporte para operar comercialmente.
Como funciona o transporte por levitação magnética
O MagLevs não devem ser confundidos com os trens-bala que circulam no Japão e na Europa. Ao contrário destes, que operam com motores elétricos e rodas comuns e podem atingir uma velocidade de até 300 km/h, o trem por levitação magnética não precisa de rodas, motor e pode alcançar até 500 km/h.
Os três componentes básicos dos MagLevs são os ímãs, a eletricidade e trilhos. Essa tecnologia utiliza os princípios básicos da lei de Faraday-Lenz, na qual a variação do campo magnético é capaz de gerar uma corrente elétrica induzida em um fio condutor mesmo que ele não esteja conectado a nenhuma fonte de energia. Isso, graças ao movimento de um eletroímã dentro de uma bobina (fio enrolado em forma cilíndrica). O fenômeno é conhecido como indução magnética.
Os componentes Maglev: O “corpo” do MagLev contém eletroímãs e é montado sobre um trilho. Esse trilho, também chamado de linha guia, abriga os ímãs necessários para a levitação e os ímãs-guias (que orientam a direção do trem). Nas laterais do vagão e nos trilhos estão localizadas as bobinas magnéticas condutoras e, na base do trem, estão duas cerâmicas supercondutoras e o criostato, o tanque que armazena nitrogênio refrigerado.
Como o veículo levita e se movimenta? O MagLev utiliza eletroímãs e materiais supercondutores para gerar um circuito eletromagnético que vai levitar o trem e mantê-lo na linha. De maneira simplificada, a ideia é que o mesmo efeito físico que faz um pequeno bloco de cerâmica levitar sobre um imã pode fazer um trem deslizar.
O trem de levitação magnética transita numa linha guia elevada sobre o chão, composta por ímãs, e é propulsionado pelas forças atrativas e repulsivas do magnetismo através de supercondutores de temperatura crítica (aquela na qual a resistência elétrica é igual a zero), atingida quando os supercondutores são resfriados pelo nitrogênio líquido.
Em contato com a base de imã, os supercondutores ganham propriedades magnéticas que fazem vagões inteiros levitar entre 1 a 10 cm sobre a linha guia. A lógica é: basta resfriar os supercondutores para que o trem levite. Com o trem flutuando sobre uma série de ímãs com polos negativos e positivos, a corrente elétrica faz com que um polo seja atraído pelo próximo enquanto sofre uma repulsa do anterior. Assim, o trem se move flutuando sobre os trilhos. Para pará-lo, basta que a corrente eletromagnética seja invertida.
Os supercondutores de alta temperatura crítica, caso de metais e materiais cerâmicos, têm papel fundamental neste processo. Nessa temperatura, esses materiais não apresentam resistência elétrica e passam a transmitir grandes quantidades de corrente elétrica por longos períodos sem perder energia na forma de calor. É dessa forma que a “energia” que mantém os trens MagLev em movimento é gerada.
Outras soluções de transporte sob trilhos no Brasil
Grandes cidades brasileiras já apostam em outros dois modelos de transporte para enfrentar o problema da mobilidade urbana: o aeromóvel e o monotrilho. O primeiro é um transporte automatizado que opera em uma via elevada e não tem motor, ou seja, é movido a ar. Seu funcionamento é simples: grandes ventiladores elétricos insuflam o ar que bate em placas de cerca de um metro quadrado embaixo do trem funcionando como uma espécie de barco a vela invertido.
O primeiro aeromóvel entrou em operação comercial no Brasil em 2014 e interliga a Estação Aeroporto do metrô ao Terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS). O trajeto de 814 metros, com duas estações de embarque, é percorrido em dois minutos e custa R$ 1,70. A linha conta com dois veículos -- um com capacidade para 150 passageiros, outro para 300. O custo da obra foi de R$ 37 milhões.
Já o monotrilho é um sistema de transporte coletivo composto por trens que trafegam com pneus de borracha em via elevada. Movido a eletricidade, opera sem condutor e viaja a uma velocidade de até 80km/h.
O projeto do monotrilho em São Paulo visa ser o maior do mundo. Com previsão de entrega do trecho da Linha 15 Prata para 2015, e os outros dois trechos até 2016, a cidade pode ultrapassar os 60 quilômetros de extensão de monotrilhos.
A principal vantagem do monotrilho é custar menos que o metrô. Cada quilômetro suspenso sai por cerca de R$ 150 milhões. Construir a mesma distância debaixo de terra custa em média R$ 400 milhões. O sistema já opera em diversos países como Alemanha, Austrália, China, Emirados Árabes, Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Malásia, Rússia e Singapura.
Atualmente, o maior monotrilho do mundo está localizado em Chongqing, na região centro-oeste da China. Lá, duas linhas operam, sendo uma com 16,5 km e outra com 39,1 km, a maior do mundo.
A ideia de usar trens que levitam no transporte urbano não é recente. Entre os primeiros que pensaram no tema estão os cientistas Gordon T. Danby e James R. Powell, do Laboratório Nacional de Brookhaven, em Nova York (EUA). Nos anos 1960 eles propuseram o uso de bobinas supercondutoras para produzir um campo magnético que levitasse os trens. Nos anos 1970 e 1980 foram construídos os primeiros protótipos do MagLev na Alemanha e no Japão.
Hoje, Alemanha, Japão, China e Coreia do Sul investem em projetos como esse. Os modelos em uso trabalham com três tecnologias de levitação: a eletromagnética, que desde 2003 liga o Aeroporto Internacional de Xangai, na China, ao centro da cidade; a eletrodinâmica, usada pelos japoneses e que detém o recorde de velocidade de trens com a marca de 581 km/h (nesse caso, o trem se movimenta nos trilhos e, após atingir determinada velocidade, passa a flutuar); e a magnética, usada no projeto da UFRJ.
O MagLev de Xangai é o único trem deste modelo a operar comercialmente no mundo. O percurso de aproximadamente 30 km é feito em 7 minutos e 20 segundos, a uma velocidade de 431 km/h. Construído em dois anos e meio a um custo de US$ 1,33 bilhões, o MagLev chinês é alvo de críticas devido ao seu percurso reduzido, que acaba não beneficiando tanto os moradores locais.
Da China também vem outra novidade: o Super MagLev, que pode atingir velocidades de até 804 km/h. O trem ainda está em fase de testes e não tem previsão para entrar em operação. No Japão, a Central Japan Railway trabalha num projeto para construir um trem de levitação magnética capaz de chegar a 600 km/h. A ideia é colocá-lo em operação em 2027.
Embora apresente muitas vantagens, a baixa incidência de fornecedores nacionais para produzir elementos críticos do projeto, como criostatos e superimãs, a falta de estudos mais aprofundados sobre o tema e a necessidade de um investimento alto para o início das operações, são fatores que fazem com que nenhum país, exceto a China, tenha colocado esse modelo de transporte para operar comercialmente.
Como funciona o transporte por levitação magnética
O MagLevs não devem ser confundidos com os trens-bala que circulam no Japão e na Europa. Ao contrário destes, que operam com motores elétricos e rodas comuns e podem atingir uma velocidade de até 300 km/h, o trem por levitação magnética não precisa de rodas, motor e pode alcançar até 500 km/h.
Os três componentes básicos dos MagLevs são os ímãs, a eletricidade e trilhos. Essa tecnologia utiliza os princípios básicos da lei de Faraday-Lenz, na qual a variação do campo magnético é capaz de gerar uma corrente elétrica induzida em um fio condutor mesmo que ele não esteja conectado a nenhuma fonte de energia. Isso, graças ao movimento de um eletroímã dentro de uma bobina (fio enrolado em forma cilíndrica). O fenômeno é conhecido como indução magnética.
Os componentes Maglev: O “corpo” do MagLev contém eletroímãs e é montado sobre um trilho. Esse trilho, também chamado de linha guia, abriga os ímãs necessários para a levitação e os ímãs-guias (que orientam a direção do trem). Nas laterais do vagão e nos trilhos estão localizadas as bobinas magnéticas condutoras e, na base do trem, estão duas cerâmicas supercondutoras e o criostato, o tanque que armazena nitrogênio refrigerado.
Como o veículo levita e se movimenta? O MagLev utiliza eletroímãs e materiais supercondutores para gerar um circuito eletromagnético que vai levitar o trem e mantê-lo na linha. De maneira simplificada, a ideia é que o mesmo efeito físico que faz um pequeno bloco de cerâmica levitar sobre um imã pode fazer um trem deslizar.
O trem de levitação magnética transita numa linha guia elevada sobre o chão, composta por ímãs, e é propulsionado pelas forças atrativas e repulsivas do magnetismo através de supercondutores de temperatura crítica (aquela na qual a resistência elétrica é igual a zero), atingida quando os supercondutores são resfriados pelo nitrogênio líquido.
Em contato com a base de imã, os supercondutores ganham propriedades magnéticas que fazem vagões inteiros levitar entre 1 a 10 cm sobre a linha guia. A lógica é: basta resfriar os supercondutores para que o trem levite. Com o trem flutuando sobre uma série de ímãs com polos negativos e positivos, a corrente elétrica faz com que um polo seja atraído pelo próximo enquanto sofre uma repulsa do anterior. Assim, o trem se move flutuando sobre os trilhos. Para pará-lo, basta que a corrente eletromagnética seja invertida.
Os supercondutores de alta temperatura crítica, caso de metais e materiais cerâmicos, têm papel fundamental neste processo. Nessa temperatura, esses materiais não apresentam resistência elétrica e passam a transmitir grandes quantidades de corrente elétrica por longos períodos sem perder energia na forma de calor. É dessa forma que a “energia” que mantém os trens MagLev em movimento é gerada.
Outras soluções de transporte sob trilhos no Brasil
Grandes cidades brasileiras já apostam em outros dois modelos de transporte para enfrentar o problema da mobilidade urbana: o aeromóvel e o monotrilho. O primeiro é um transporte automatizado que opera em uma via elevada e não tem motor, ou seja, é movido a ar. Seu funcionamento é simples: grandes ventiladores elétricos insuflam o ar que bate em placas de cerca de um metro quadrado embaixo do trem funcionando como uma espécie de barco a vela invertido.
O primeiro aeromóvel entrou em operação comercial no Brasil em 2014 e interliga a Estação Aeroporto do metrô ao Terminal 1 do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS). O trajeto de 814 metros, com duas estações de embarque, é percorrido em dois minutos e custa R$ 1,70. A linha conta com dois veículos -- um com capacidade para 150 passageiros, outro para 300. O custo da obra foi de R$ 37 milhões.
Já o monotrilho é um sistema de transporte coletivo composto por trens que trafegam com pneus de borracha em via elevada. Movido a eletricidade, opera sem condutor e viaja a uma velocidade de até 80km/h.
O projeto do monotrilho em São Paulo visa ser o maior do mundo. Com previsão de entrega do trecho da Linha 15 Prata para 2015, e os outros dois trechos até 2016, a cidade pode ultrapassar os 60 quilômetros de extensão de monotrilhos.
A principal vantagem do monotrilho é custar menos que o metrô. Cada quilômetro suspenso sai por cerca de R$ 150 milhões. Construir a mesma distância debaixo de terra custa em média R$ 400 milhões. O sistema já opera em diversos países como Alemanha, Austrália, China, Emirados Árabes, Estados Unidos, Inglaterra, Japão, Malásia, Rússia e Singapura.
Atualmente, o maior monotrilho do mundo está localizado em Chongqing, na região centro-oeste da China. Lá, duas linhas operam, sendo uma com 16,5 km e outra com 39,1 km, a maior do mundo.
FONTE: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/transporte-trens-do-futuro-sao-opcao-para-aliar-tecnologia-sustentabilidade-e-reducao-de-custos.htm
Ditadura militar: Grandes obras e truculência policial são heranças do regime
O Golpe Militar instaurado no Brasil em 1964 completa 50 anos em 2014. Ao longo de 21 anos em que estiveram no poder, os militares deixaram marcas que permanecem presentes, principalmente em três áreas: infraestrutura, com a construção de obras grandiosas; educação, com a falta de investimentos na área pública, aumentando o abismo entre escolas públicas e as particulares; e na forma de atuação da polícia.
Obras grandiosas
O regime investiu num modelo desenvolvimentista marcado por empresas estatais e obras públicas gigantescas nas áreas de transporte, energia e estratégia militar, que buscavam a soberania do Brasil.
Apelidadas de “obras faraônicas” pela imprensa da época, neste período foram construídas a rodovia Transamazônica (BR-230), as hidrelétricas de Tucuruí, Balbina e Itaipu (a maior do Brasil), a ponte Rio-Niterói, as usinas nucleares de Angra, a Ferrovia do Aço e o projeto de minério de ferro de Carajás e de celulose de Jari.
Obras grandiosas
O regime investiu num modelo desenvolvimentista marcado por empresas estatais e obras públicas gigantescas nas áreas de transporte, energia e estratégia militar, que buscavam a soberania do Brasil.
Apelidadas de “obras faraônicas” pela imprensa da época, neste período foram construídas a rodovia Transamazônica (BR-230), as hidrelétricas de Tucuruí, Balbina e Itaipu (a maior do Brasil), a ponte Rio-Niterói, as usinas nucleares de Angra, a Ferrovia do Aço e o projeto de minério de ferro de Carajás e de celulose de Jari.
Entenda a ditadura militar no Brasil em 40 datas históricas
A Transamazônica, que nunca foi terminada, deveria promover a ligação entre a fronteira peruana com o Atlântico e a ocupação da Amazônia, no que seria “a mais gigantesca via terrestre pioneira em construção no mundo”. A usina de Itaipu foi até 2008, a maior hidrelétrica do mundo. Já a ponte Rio-Niterói foi considerada na época um símbolo de modernidade e a mais longa ponte do planeta construída em vigas caixão. O regime tinha como lema o “Brasil Grande” e queria promover uma imagem de progresso nacional.
A atual construção da Hidrelétrica de Belo Monte é a retomada de um projeto apresentado nos anos 1970, chamado de Hidrelétrica de Kararaô, nome dado em alusão a uma aldeia no rio Iriri, e que previa a construção de seis grandes usinas ao longo do rio Xingu. Sem recursos próprios e devido a pressões dos índios e da comunidade internacional, o projeto foi abandonado.
Chamado de Milagre Econômico, esse período da ditadura militar brasileira foi caracterizado por um expressivo crescimento econômico do país, especialmente entre 1969 e 1973, no governo do presidente Emílio Médici. Por outro lado, o alto investimento aumentou o endividamento externo do Brasil, o que ajudou a pavimentar o período de recessão e inflação dos anos 1980.
Em 1984, o Brasil devia aos governos e bancos estrangeiros o equivalente a 53,8% de seu PIB (Produto Interno Bruto). Os pagamentos da dívida só foram regularizados em 1994, já no período democrático, após um acordo com os credores para reduzir o montante devido e os juros.
A Transamazônica, que nunca foi terminada, deveria promover a ligação entre a fronteira peruana com o Atlântico e a ocupação da Amazônia, no que seria “a mais gigantesca via terrestre pioneira em construção no mundo”. A usina de Itaipu foi até 2008, a maior hidrelétrica do mundo. Já a ponte Rio-Niterói foi considerada na época um símbolo de modernidade e a mais longa ponte do planeta construída em vigas caixão. O regime tinha como lema o “Brasil Grande” e queria promover uma imagem de progresso nacional.
A atual construção da Hidrelétrica de Belo Monte é a retomada de um projeto apresentado nos anos 1970, chamado de Hidrelétrica de Kararaô, nome dado em alusão a uma aldeia no rio Iriri, e que previa a construção de seis grandes usinas ao longo do rio Xingu. Sem recursos próprios e devido a pressões dos índios e da comunidade internacional, o projeto foi abandonado.
Chamado de Milagre Econômico, esse período da ditadura militar brasileira foi caracterizado por um expressivo crescimento econômico do país, especialmente entre 1969 e 1973, no governo do presidente Emílio Médici. Por outro lado, o alto investimento aumentou o endividamento externo do Brasil, o que ajudou a pavimentar o período de recessão e inflação dos anos 1980.
Em 1984, o Brasil devia aos governos e bancos estrangeiros o equivalente a 53,8% de seu PIB (Produto Interno Bruto). Os pagamentos da dívida só foram regularizados em 1994, já no período democrático, após um acordo com os credores para reduzir o montante devido e os juros.
Violência da Polícia Militar
A PM (Polícia Militar) é uma das principais forças de segurança das cidades brasileiras. No entanto, os métodos utilizados pela PM são muitas vezes associados à truculência e violência. E para especialistas, a cultura violenta da PM é um dos resquícios da ditadura.
Quando os militares assumiram o poder no Brasil, sob o pretexto de manter a segurança interna e eliminar o perigo do comunismo, o Estado aumentou o autoritarismo e a repressão, criando órgãos de controle da informação, como o SNI (Sistema Nacional de Informações).
Em 1969, foi criada a Lei de Segurança Nacional, que restringia a liberdade de reunião, associação e de imprensa, e em 1970 foi criado o DOI-Codi, centro de repressão do Exército conhecido como “sucursal do inferno”, palco de torturas e desaparecimento de presos políticos e “suspeitos de subversão”.
Naquela época, a PM foi usada como extensão dos órgãos de repressão da ditadura e o uso da violência e a tortura se tornaram rotina e práticas autorizadas pelo Estado. A polícia de São Paulo foi uma das primeiras a ser militarizada logo depois do golpe, com a imediata incorporação e comando da PM pelas Forças Armadas.
Nos anos 1960, surgiu também em São Paulo o temido “Esquadrão da Morte”, um grupo de extermínio de origem policial. Em 1966, quando ainda era chamada de Força Pública do Estado de São Paulo, a PM teve como comandante o coronel João Baptista de Figueiredo, o mesmo que mais tarde encerraria a era de presidentes militares com mandato entre 1979 e 1985.
No início dos anos de 1970, a PM paulista criaria uma unidade especial, a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), que surgiu para combater a guerrilha urbana e as ações praticadas pela esquerda armada. Nas décadas seguintes, a Rota seria alvo de denúncias de tortura e assassinatos contra criminosos comuns e de jovens sem antecedentes criminais.
Por outro lado, os “Direitos Humanos” passaram a ser vistos como ideologicamente filiados à esquerda e depois passaram a ser vistos como “defensores de bandidos”. Incentivar as corporações a adotar uma cultura de direitos humanos.
A PM (Polícia Militar) é uma das principais forças de segurança das cidades brasileiras. No entanto, os métodos utilizados pela PM são muitas vezes associados à truculência e violência. E para especialistas, a cultura violenta da PM é um dos resquícios da ditadura.
Quando os militares assumiram o poder no Brasil, sob o pretexto de manter a segurança interna e eliminar o perigo do comunismo, o Estado aumentou o autoritarismo e a repressão, criando órgãos de controle da informação, como o SNI (Sistema Nacional de Informações).
Em 1969, foi criada a Lei de Segurança Nacional, que restringia a liberdade de reunião, associação e de imprensa, e em 1970 foi criado o DOI-Codi, centro de repressão do Exército conhecido como “sucursal do inferno”, palco de torturas e desaparecimento de presos políticos e “suspeitos de subversão”.
Naquela época, a PM foi usada como extensão dos órgãos de repressão da ditadura e o uso da violência e a tortura se tornaram rotina e práticas autorizadas pelo Estado. A polícia de São Paulo foi uma das primeiras a ser militarizada logo depois do golpe, com a imediata incorporação e comando da PM pelas Forças Armadas.
Nos anos 1960, surgiu também em São Paulo o temido “Esquadrão da Morte”, um grupo de extermínio de origem policial. Em 1966, quando ainda era chamada de Força Pública do Estado de São Paulo, a PM teve como comandante o coronel João Baptista de Figueiredo, o mesmo que mais tarde encerraria a era de presidentes militares com mandato entre 1979 e 1985.
No início dos anos de 1970, a PM paulista criaria uma unidade especial, a Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), que surgiu para combater a guerrilha urbana e as ações praticadas pela esquerda armada. Nas décadas seguintes, a Rota seria alvo de denúncias de tortura e assassinatos contra criminosos comuns e de jovens sem antecedentes criminais.
Por outro lado, os “Direitos Humanos” passaram a ser vistos como ideologicamente filiados à esquerda e depois passaram a ser vistos como “defensores de bandidos”. Incentivar as corporações a adotar uma cultura de direitos humanos.
Educação
Durante os anos do regime militar, a educação brasileira passou por transformações em seu currículo, que passou a exaltar o nacionalismo.
Ainda no governo do presidente João Goulart, especialistas em educação como Anísio Teixeira e Paulo Freire foram nomeados para retrabalhar a alfabetização e pensar em como oferecer uma educação de qualidade no ensino público brasileiro. Essas novas diretrizes da educação constavam no PNA (Plano Nacional de Alfabetização), extinto após a deposição de Jango, com o Golpe Militar.
No mesmo ano, nas universidades, a ditadura militar considerou ilegal a UNE (União Nacional dos Estudantes) e criou os Diretórios Acadêmicos, restritos a cada curso, e o Diretório Central dos Estudantes. Com isso, o governo eliminava a representação a nível nacional dos estudantes, bem como qualquer tentativa de ação e organização política.
Durante a ditadura aconteceram, ao menos, duas reformas educacionais. Uma em 1968, nas universidades, e em 1971 no ensino básico, quando foram criadas disciplinas como Organização Social e Política Brasileira e Educação Moral e Cívica.
A expansão da educação pública veio acompanhada de intensa privatização do ensino, fazendo com que as escolas particulares ficassem cada vez mais desejadas pelas famílias brasileiras. No caso do ensino superior, o crescimento do setor privado fez com que as vagas em instituições particulares se tornassem majoritárias após o período da ditadura militar.
A forte repressão política e ideológica fez com que muitas escolas de segundo grau e campus universitários fossem invadidas por tropas militares, com a prisão, demissão e exílio de estudantes e professores. A perseguição se intensificou a partir do Ato Institucional Nº 5, de 1968, que possibilitou a punição severa dos chamados “agitadores” que incomodavam os militares.
Ainda no governo do presidente João Goulart, especialistas em educação como Anísio Teixeira e Paulo Freire foram nomeados para retrabalhar a alfabetização e pensar em como oferecer uma educação de qualidade no ensino público brasileiro. Essas novas diretrizes da educação constavam no PNA (Plano Nacional de Alfabetização), extinto após a deposição de Jango, com o Golpe Militar.
No mesmo ano, nas universidades, a ditadura militar considerou ilegal a UNE (União Nacional dos Estudantes) e criou os Diretórios Acadêmicos, restritos a cada curso, e o Diretório Central dos Estudantes. Com isso, o governo eliminava a representação a nível nacional dos estudantes, bem como qualquer tentativa de ação e organização política.
Durante a ditadura aconteceram, ao menos, duas reformas educacionais. Uma em 1968, nas universidades, e em 1971 no ensino básico, quando foram criadas disciplinas como Organização Social e Política Brasileira e Educação Moral e Cívica.
A expansão da educação pública veio acompanhada de intensa privatização do ensino, fazendo com que as escolas particulares ficassem cada vez mais desejadas pelas famílias brasileiras. No caso do ensino superior, o crescimento do setor privado fez com que as vagas em instituições particulares se tornassem majoritárias após o período da ditadura militar.
A forte repressão política e ideológica fez com que muitas escolas de segundo grau e campus universitários fossem invadidas por tropas militares, com a prisão, demissão e exílio de estudantes e professores. A perseguição se intensificou a partir do Ato Institucional Nº 5, de 1968, que possibilitou a punição severa dos chamados “agitadores” que incomodavam os militares.
FONTE: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/ditadura-militar-grandes-obras-e-truculencia-policial-sao-algumas-herancas-do-regime.htm
Ebola: População africana enfrenta nova epidemia do vírus
O vírus ebola voltou a preocupar autoridades africanas e de saúde após um novo surto ter sido identificado no início deste ano em Guiné, onde mais de 100 pessoas teriam morrido vítimas do vírus. Isso sem contar os casos suspeitos no Mali, Serra Leoa e Libéria, todos países da África Ocidental.
Considerado um dos vírus mais perigosos, a febre hemorrágica ebola é fatal em 90% dos casos, pois não há cura nem vacina para combatê-lo. A violência com que o vírus ataca o corpo humano deve-se a uma proteína que rompe as paredes dos vasos sanguíneos, provocando hemorragia interna e externa.
Considerado um dos vírus mais perigosos, a febre hemorrágica ebola é fatal em 90% dos casos, pois não há cura nem vacina para combatê-lo. A violência com que o vírus ataca o corpo humano deve-se a uma proteína que rompe as paredes dos vasos sanguíneos, provocando hemorragia interna e externa.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Após uma incubação de dois a 21 dias, o vírus provoca uma forte febre, com dores de cabeça e musculares, conjuntivite e fraqueza generalizada. Em um segundo momento, os sintomas são vômitos, diarreia e, às vezes, erupção cutânea. A transmissão ocorre por vias respiratórias ou por contato com fluidos corporais das pessoas infectadas, como o sangue.
O ebola é um filovírus (da família Filoviridae), nome dado ao vírus particularmente mortal para o organismo humano. Foi identificado pela primeira vez em 1976, após algumas epidemias graves em Nzara, província oeste-equatorial do Sudão, e em Yambuku, região vizinha no norte da República Democrática do Congo (antigo Zaire) e próxima ao rio Ebola, que deu nome doença.
Após uma incubação de dois a 21 dias, o vírus provoca uma forte febre, com dores de cabeça e musculares, conjuntivite e fraqueza generalizada. Em um segundo momento, os sintomas são vômitos, diarreia e, às vezes, erupção cutânea. A transmissão ocorre por vias respiratórias ou por contato com fluidos corporais das pessoas infectadas, como o sangue.
O ebola é um filovírus (da família Filoviridae), nome dado ao vírus particularmente mortal para o organismo humano. Foi identificado pela primeira vez em 1976, após algumas epidemias graves em Nzara, província oeste-equatorial do Sudão, e em Yambuku, região vizinha no norte da República Democrática do Congo (antigo Zaire) e próxima ao rio Ebola, que deu nome doença.
Desde a sua descoberta, já foram identificados cerca de 2.000 casos, sendo 1.300 fatais. A última epidemia do vírus registrou mais de 400 casos e matou 224 pessoas em Uganda, entre outubro de 2000 e março de 2001. No fim de 2007, mais de 100 pessoas foram infectadas com o vírus no país.
Até agora, todos os casos do ebola em humanos foram registrados na África. No caso dos animais, em 1989 e 1990, um filovírus designado Ebola-Reston foi isolado em macacos mantidos em quarentena nos laboratórios americanos de Reston (Virgínia), Alice (Texas) e na Pensilvânia, nos EUA. O mesmo filovírus foi identificado em macacos em quarentena nas Filipinas, perto de Manila, prontos para serem exportados. Alguns dos macacos morreram e pelo menos quatro pessoas foram infectadas, embora não tenham tido problemas clínicos.
Em 2000, mais de 300 gorilas morreram vítimas de um surto de ebola, no noroeste do Congo, na África. Na época, o país também registrava casos entre humanos. Entre 1990 e 2000, o número de chimpanzés e gorilas foi drasticamente reduzido nos parques da região africana. Pesquisadores acreditam que muitos doentes, para evitar a internação, podem ter procurado abrigo nos parques e, após sua morte, serviram de alimentos para os animais, que acabaram contaminados.
Embora não haja cura, pesquisadores continuam desenvolvendo medicamentos para tratar o ebola. Em outubro de 2012 um “coquetel” de anticorpos denominado MB-003 foi testado em animais expostos aos vírus. O coquetel atua inativando o vírus e estimulando o sistema imunológico a eliminar as células infectadas. O resultado foi positivo nos macacos que haviam sido expostos em até uma hora ao vírus.
Ebola é vírus raro no oeste da África
Na epidemia atual, chamou atenção o fato de serem raros os casos de ebola no oeste da África, mais comuns na região central e no leste do continente. O primeiro e último caso na África Ocidental aconteceu em 1994, na Costa do Marfim, quando um cientista contraiu o vírus após ter contato com chimpanzés infectados.
Por esse motivo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou que o atual surto epidêmico de ebola na África Ocidental está entre os "mais assustadores" desde o aparecimento da doença, há 40 anos. A disseminação do vírus preocupa, pois pode estar se propagando em direção Conacri, capital da República da Guiné, e ao país vizinho, Libéria, o que seria preocupante.
Os hospedeiros naturais do vírus são os morcegos frugívoros (cuja alimentação é basicamente de frutas), mas gorilas e chimpanzés também são tidos como transmissores do ebola por meio da ingestão de frutas nas quais os morcegos salivaram ou defecaram.
No caso dos humanos, o contágio pode acontecer quando comemos estes animais, o que é comum na África. Para cientistas, foi desta forma que o ebola se alastrou pela região.
Além disso, um fator cultural pode contribuir para o contágio ser mais comum na África: a tradição de lavar os corpos dos mortos durante a preparação para o enterro. Como o corpo da vítima do ebola permanece contagioso mesmo depois da morta, dependendo do contato tido com a vítima, o vírus pode ser transmitido. Por isso, as vítimas devem ser rapidamente enterradas ou cremadas.
Até agora, todos os casos do ebola em humanos foram registrados na África. No caso dos animais, em 1989 e 1990, um filovírus designado Ebola-Reston foi isolado em macacos mantidos em quarentena nos laboratórios americanos de Reston (Virgínia), Alice (Texas) e na Pensilvânia, nos EUA. O mesmo filovírus foi identificado em macacos em quarentena nas Filipinas, perto de Manila, prontos para serem exportados. Alguns dos macacos morreram e pelo menos quatro pessoas foram infectadas, embora não tenham tido problemas clínicos.
Em 2000, mais de 300 gorilas morreram vítimas de um surto de ebola, no noroeste do Congo, na África. Na época, o país também registrava casos entre humanos. Entre 1990 e 2000, o número de chimpanzés e gorilas foi drasticamente reduzido nos parques da região africana. Pesquisadores acreditam que muitos doentes, para evitar a internação, podem ter procurado abrigo nos parques e, após sua morte, serviram de alimentos para os animais, que acabaram contaminados.
Embora não haja cura, pesquisadores continuam desenvolvendo medicamentos para tratar o ebola. Em outubro de 2012 um “coquetel” de anticorpos denominado MB-003 foi testado em animais expostos aos vírus. O coquetel atua inativando o vírus e estimulando o sistema imunológico a eliminar as células infectadas. O resultado foi positivo nos macacos que haviam sido expostos em até uma hora ao vírus.
Ebola é vírus raro no oeste da África
Na epidemia atual, chamou atenção o fato de serem raros os casos de ebola no oeste da África, mais comuns na região central e no leste do continente. O primeiro e último caso na África Ocidental aconteceu em 1994, na Costa do Marfim, quando um cientista contraiu o vírus após ter contato com chimpanzés infectados.
Por esse motivo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) alertou que o atual surto epidêmico de ebola na África Ocidental está entre os "mais assustadores" desde o aparecimento da doença, há 40 anos. A disseminação do vírus preocupa, pois pode estar se propagando em direção Conacri, capital da República da Guiné, e ao país vizinho, Libéria, o que seria preocupante.
Os hospedeiros naturais do vírus são os morcegos frugívoros (cuja alimentação é basicamente de frutas), mas gorilas e chimpanzés também são tidos como transmissores do ebola por meio da ingestão de frutas nas quais os morcegos salivaram ou defecaram.
No caso dos humanos, o contágio pode acontecer quando comemos estes animais, o que é comum na África. Para cientistas, foi desta forma que o ebola se alastrou pela região.
Além disso, um fator cultural pode contribuir para o contágio ser mais comum na África: a tradição de lavar os corpos dos mortos durante a preparação para o enterro. Como o corpo da vítima do ebola permanece contagioso mesmo depois da morta, dependendo do contato tido com a vítima, o vírus pode ser transmitido. Por isso, as vítimas devem ser rapidamente enterradas ou cremadas.
FONTE: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/ebola-populacao-africana-enfrenta-nova-epidemia-do-virus.htm
Ciberativismo: ativismo nasce nas redes e mobiliza as ruas do mundo
Egípcios prostestam usando máscaras que simbolizam os hackers dos ANONYMOUS
Quando você busca apoiar uma causa social, o que faz? Provavelmente uma das primeiras coisas é acessar a internet: fazer uma doação, compartilhar campanhas e experiências, assinar uma petição ou confirmar presença em algum protesto. Esses são alguns dos exemplos de como a rede vem ampliando o ativismo social e político e criando novas formas de atuação e mobilização, compondo o que é chamado de ciberativismo.
O ciberativismo é um termo recente e consiste na utilização da internet por grupos politicamente motivados que buscam difundir informações e reivindicações sem qualquer elemento intermediário com o objetivo de buscar apoio, debater e trocar informação, organizar e mobilizar indivíduos para ações, dentro e fora da rede. Com essas possibilidades, todos podem ser protagonistas de uma causa.
A internet pode ser usada ainda como um canal de comunicação adicional ou para coordenar ações offline de forma mais eficiente. Além disso, permite a criação de organizações online, permitindo que grupos tenham sua base de atuação na rede; o que possibilita ações no próprio ambiente da rede, como ocupações virtuais e a invasão de sites por hackers.
O autor Sandor Vegh no livro "Classifying forms of online activism: the case of cyberprotests against the World Bank, de 2003" (o livro, sem tradução brasileira, é considerado uma referência sobre o tema), comenta que as estratégias de utilização da internet para o ciberativismo objetivam aprimorar a atuação de grupos, ampliando as técnicas tradicionais de apoio.
Vegh cita três categorias de atuação do ativismo online: 1) conscientização e promoção de uma causa (por exemplo, divulgar o outro lado de uma notícia que possa ter afetado a causa ou uma organização); 2) organização e mobilização (convocar manifestações, fortalecer ou construir um público); e 3) ação e reação.
Exemplos desse tipo de ativismo vão desde petições online, criação de sites denúncia sobre uma determinada causa, organização e mobilização de protestos e atos que aconteçam fora da rede, flashmobs, hackerativismo e o uso de games com uma função política e social.
Casos recentes
Embora as primeiras formas de ativismo online datem do início da década de 1990, movimentos recentes no Brasil e no mundo vêm mostrando o potencial dessa nova forma de reorganização.
No Irã, por exemplo, em 2009, o Twitter se mostrou um importante campo de batalha no ambiente virtual, após a reeleição suspeita de fraude do então presidente Mahmoud Ahmadinejad, que gerou protestos e confrontos com a polícia iraniana. Com comícios proibidos, a comunicação cortada, a imprensa local camuflando o ocorrido e jornalistas estrangeiros proibidos de ficarem no país, os iranianos utilizaram o Twitter e o YouTube para mostrar ao mundo o que realmente estava acontecendo. Os protestos da Primavera Árabe seguiram o mesmo caminho.
Um dos casos mais emblemáticos do século 21 talvez seja o do WikiLeaks, site criado pelo jornalista Julian Assange que divulgou informações sigilosas de vários países, principalmente sobre os Estados Unidos e a Guerra do Afeganistão.
O celular e as redes sociais também se mostraram uma poderosa "arma" nos protestos de junho de 2013 no Brasil. Apostando na dinâmica rede-rua, foi pelo Facebook que os organizadores do MPL (Movimento Passe Livre) conseguiram a adesão de centenas de milhares de pessoas, sendo que boa parte delas participou dos protestos nas ruas de diversas cidades brasileiras. Outro grupo que chamou atenção durante os protestos foi o Mídia Ninja, cuja atuação foi baseada nas transmissões ao vivo dos protestos pela internet, enquadrando-se na primeira forma de ciberativismo proposta por Vegh.
Hackers e games
Os hackers também ganharam um papel de destaque dentro do ciberativismo, no que é chamado de ativismo hacker -- ou hacktivismo, definido com uma prática de hacking, phreaking ou de criar tecnologias para alcançar um objetivo social ou político. Um dos principais grupos de hackers ativistas é o Anonymous, criado em 2003, e que ganhou vertentes por todo o mundo.
Os games também entraram na onda do ativismo. Uma iniciativa interessante nesse sentido é o site Molleindustria. Com o slogan “Games radicais contra a ditadura do entretenimento”, o objetivo do site é usar a estética dos games para promover a crítica social e política. Quem acessar o site irá encontrar jogos sobre pedofilia e padres, a guerra do petróleo, como gerir uma lanchonete do McDonalds e o mais interessante: o internauta será sempre colocado numa posição desconfortável, para vivenciar na pele – mesmo que virtualmente – as mais diversas situações.
O ciberativismo é um termo recente e consiste na utilização da internet por grupos politicamente motivados que buscam difundir informações e reivindicações sem qualquer elemento intermediário com o objetivo de buscar apoio, debater e trocar informação, organizar e mobilizar indivíduos para ações, dentro e fora da rede. Com essas possibilidades, todos podem ser protagonistas de uma causa.
A internet pode ser usada ainda como um canal de comunicação adicional ou para coordenar ações offline de forma mais eficiente. Além disso, permite a criação de organizações online, permitindo que grupos tenham sua base de atuação na rede; o que possibilita ações no próprio ambiente da rede, como ocupações virtuais e a invasão de sites por hackers.
O autor Sandor Vegh no livro "Classifying forms of online activism: the case of cyberprotests against the World Bank, de 2003" (o livro, sem tradução brasileira, é considerado uma referência sobre o tema), comenta que as estratégias de utilização da internet para o ciberativismo objetivam aprimorar a atuação de grupos, ampliando as técnicas tradicionais de apoio.
Vegh cita três categorias de atuação do ativismo online: 1) conscientização e promoção de uma causa (por exemplo, divulgar o outro lado de uma notícia que possa ter afetado a causa ou uma organização); 2) organização e mobilização (convocar manifestações, fortalecer ou construir um público); e 3) ação e reação.
Exemplos desse tipo de ativismo vão desde petições online, criação de sites denúncia sobre uma determinada causa, organização e mobilização de protestos e atos que aconteçam fora da rede, flashmobs, hackerativismo e o uso de games com uma função política e social.
Casos recentes
Embora as primeiras formas de ativismo online datem do início da década de 1990, movimentos recentes no Brasil e no mundo vêm mostrando o potencial dessa nova forma de reorganização.
No Irã, por exemplo, em 2009, o Twitter se mostrou um importante campo de batalha no ambiente virtual, após a reeleição suspeita de fraude do então presidente Mahmoud Ahmadinejad, que gerou protestos e confrontos com a polícia iraniana. Com comícios proibidos, a comunicação cortada, a imprensa local camuflando o ocorrido e jornalistas estrangeiros proibidos de ficarem no país, os iranianos utilizaram o Twitter e o YouTube para mostrar ao mundo o que realmente estava acontecendo. Os protestos da Primavera Árabe seguiram o mesmo caminho.
Um dos casos mais emblemáticos do século 21 talvez seja o do WikiLeaks, site criado pelo jornalista Julian Assange que divulgou informações sigilosas de vários países, principalmente sobre os Estados Unidos e a Guerra do Afeganistão.
O celular e as redes sociais também se mostraram uma poderosa "arma" nos protestos de junho de 2013 no Brasil. Apostando na dinâmica rede-rua, foi pelo Facebook que os organizadores do MPL (Movimento Passe Livre) conseguiram a adesão de centenas de milhares de pessoas, sendo que boa parte delas participou dos protestos nas ruas de diversas cidades brasileiras. Outro grupo que chamou atenção durante os protestos foi o Mídia Ninja, cuja atuação foi baseada nas transmissões ao vivo dos protestos pela internet, enquadrando-se na primeira forma de ciberativismo proposta por Vegh.
Hackers e games
Os hackers também ganharam um papel de destaque dentro do ciberativismo, no que é chamado de ativismo hacker -- ou hacktivismo, definido com uma prática de hacking, phreaking ou de criar tecnologias para alcançar um objetivo social ou político. Um dos principais grupos de hackers ativistas é o Anonymous, criado em 2003, e que ganhou vertentes por todo o mundo.
Os games também entraram na onda do ativismo. Uma iniciativa interessante nesse sentido é o site Molleindustria. Com o slogan “Games radicais contra a ditadura do entretenimento”, o objetivo do site é usar a estética dos games para promover a crítica social e política. Quem acessar o site irá encontrar jogos sobre pedofilia e padres, a guerra do petróleo, como gerir uma lanchonete do McDonalds e o mais interessante: o internauta será sempre colocado numa posição desconfortável, para vivenciar na pele – mesmo que virtualmente – as mais diversas situações.
FONTE: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/ciberativismo-o-ativismo-da-rede-para-as-ruas-o-ativismo-da-rede-para-as-ruas.htm
Não estuda nem trabalha: crise econômica e social lançam alerta sobre "geração nem nem"
Jovens que não estão trabalhando nem procurando uma colocação no mercado e que estão fora da escola. Esse é o perfil da chamada “geração nem nem”, que inclui pessoas de 15 a 24 anos que não trabalham nem estudam.
DIRETO AO PONTO: FICHA-RESUMO
Um estudo divulgado no dia 13 de fevereiro pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) apontou que 21,8 milhões dos jovens latino-americanos se enquadram nesse perfil. Uma pesquisa anterior da OIT, divulgada logo no início do ano, apontava que, de 2007 a 2012, o fenômeno cresceu em 30 países, de uma lista de 40 analisados.
Mas se engana quem pensa que estamos falando de um fenômeno novo. Esse perfil de jovens já é tema de estudos da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) desde o final dos anos 1990. Entre 1997 e 2010, jovens com idade entre 20 e 24 anos, que não trabalhavam nem estudavam já eram 13% da população, chegando a 17,6% em 2010. O que se nota hoje é um aumento desse fenômeno.
Em Portugal esses jovens são quase meio milhão. Na Irlanda e na Espanha a taxa dos "nem nem" cresceu 9,4 e 8,7 pontos porcentuais desde 2007; 20% dos jovens irlandeses e espanhóis estão nessa condição, taxa considerada “preocupante” pela OIT. O Brasil está a um passo da categoria preocupante, com 19% de jovens com esse perfil.
O fenômeno chamou tanta atenção que, em 2012, com o alto número de jovens até 30 anos fora do mercado de trabalho e das escolas, a italiana Benetton criou uma campanha publicitária com fotos de jovens e a frase "Desempregado do Ano". A ideia era chamar atenção para a necessidade de oportunidades de trabalho para esse grupo de pessoas, reflexo de fatores econômicos e sociais, mas também para um desânimo por parte dos jovens em encontrar oportunidades de trabalho com baixa remuneração, assim preferem ficar desempregados até que novas possibilidades apareçam.
"A falta do acesso a oportunidades de trabalho decente gera frustração e desânimo entre os jovens. Há 108 milhões de razões pelas quais temos que agir agora”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
Um estudo divulgado no dia 13 de fevereiro pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) apontou que 21,8 milhões dos jovens latino-americanos se enquadram nesse perfil. Uma pesquisa anterior da OIT, divulgada logo no início do ano, apontava que, de 2007 a 2012, o fenômeno cresceu em 30 países, de uma lista de 40 analisados.
Mas se engana quem pensa que estamos falando de um fenômeno novo. Esse perfil de jovens já é tema de estudos da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) desde o final dos anos 1990. Entre 1997 e 2010, jovens com idade entre 20 e 24 anos, que não trabalhavam nem estudavam já eram 13% da população, chegando a 17,6% em 2010. O que se nota hoje é um aumento desse fenômeno.
Em Portugal esses jovens são quase meio milhão. Na Irlanda e na Espanha a taxa dos "nem nem" cresceu 9,4 e 8,7 pontos porcentuais desde 2007; 20% dos jovens irlandeses e espanhóis estão nessa condição, taxa considerada “preocupante” pela OIT. O Brasil está a um passo da categoria preocupante, com 19% de jovens com esse perfil.
O fenômeno chamou tanta atenção que, em 2012, com o alto número de jovens até 30 anos fora do mercado de trabalho e das escolas, a italiana Benetton criou uma campanha publicitária com fotos de jovens e a frase "Desempregado do Ano". A ideia era chamar atenção para a necessidade de oportunidades de trabalho para esse grupo de pessoas, reflexo de fatores econômicos e sociais, mas também para um desânimo por parte dos jovens em encontrar oportunidades de trabalho com baixa remuneração, assim preferem ficar desempregados até que novas possibilidades apareçam.
"A falta do acesso a oportunidades de trabalho decente gera frustração e desânimo entre os jovens. Há 108 milhões de razões pelas quais temos que agir agora”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
Fenômeno mundial
Conhecidos também pela sigla em inglês Neet (neither in employment, nor in education or training), esse perfil de jovens cresce por motivos diferentes em cada país. Na maioria dos países estudados essa é uma situação transitória e os motivos do crescimento desse perfil de jovens variam: pode ser reflexo de questões culturais – no México, 77% das garotas não trabalham nem estudam e preferem se dedicar à vida familiar--, econômicas e políticas, como por exemplo, as recentes crises mundiais que comprometeram a oferta de trabalho e o cenário de instabilidade política em alguns países -- como na Turquia e na Grécia, que após a crise e os constantes protestos viram a taxa de desemprego entre jovens aumentar--, e sociais, como a falta de oportunidades ou a chegada de filhos.
No artigo “Juventude, trabalho e desenvolvimento: elementos para uma agenda de investigação", o sociólogo Adalberto Cardoso, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), completa que, a análise do fenômeno em cada país deve levar em conta aspectos como a oferta de emprego nas cidades, o acesso à educação e o perfil familiar por não se tratar de um problema com respostas e soluções iguais para todos os casos.
No Brasil, o fator renda é um dos que mais influencia o crescimento de jovens com o perfil “nem nem”. “Em 2000, famílias entre as 10% mais pobres tinham 233% mais chances de ter um ‘nem nem’ entre os seus do que famílias entre os 10% mais ricos. Em 2010, esse valor havia aumentado para quase 800%. Isto é, a disponibilidade de recursos familiares, tal como expressa pela renda enquanto capacidade de aquisição de bens como saúde e educação para seus membros, por exemplo, confere um caráter de classe às mudanças ocorridas no período, com aumento da vulnerabilidade dos mais pobres. Isto é, é maior a proporção de ‘nem nem’ em 2010 entre as famílias que, em termos relativos, tinham menores condições materiais de dar respaldo a eles”, diz o artigo.
Conhecidos também pela sigla em inglês Neet (neither in employment, nor in education or training), esse perfil de jovens cresce por motivos diferentes em cada país. Na maioria dos países estudados essa é uma situação transitória e os motivos do crescimento desse perfil de jovens variam: pode ser reflexo de questões culturais – no México, 77% das garotas não trabalham nem estudam e preferem se dedicar à vida familiar--, econômicas e políticas, como por exemplo, as recentes crises mundiais que comprometeram a oferta de trabalho e o cenário de instabilidade política em alguns países -- como na Turquia e na Grécia, que após a crise e os constantes protestos viram a taxa de desemprego entre jovens aumentar--, e sociais, como a falta de oportunidades ou a chegada de filhos.
No artigo “Juventude, trabalho e desenvolvimento: elementos para uma agenda de investigação", o sociólogo Adalberto Cardoso, da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), completa que, a análise do fenômeno em cada país deve levar em conta aspectos como a oferta de emprego nas cidades, o acesso à educação e o perfil familiar por não se tratar de um problema com respostas e soluções iguais para todos os casos.
No Brasil, o fator renda é um dos que mais influencia o crescimento de jovens com o perfil “nem nem”. “Em 2000, famílias entre as 10% mais pobres tinham 233% mais chances de ter um ‘nem nem’ entre os seus do que famílias entre os 10% mais ricos. Em 2010, esse valor havia aumentado para quase 800%. Isto é, a disponibilidade de recursos familiares, tal como expressa pela renda enquanto capacidade de aquisição de bens como saúde e educação para seus membros, por exemplo, confere um caráter de classe às mudanças ocorridas no período, com aumento da vulnerabilidade dos mais pobres. Isto é, é maior a proporção de ‘nem nem’ em 2010 entre as famílias que, em termos relativos, tinham menores condições materiais de dar respaldo a eles”, diz o artigo.
Os números na América Latina
Os números do relatório da OIT mostram que a situação de crescimento econômico com emprego registrada nos últimos anos na América Latina não foi suficiente para melhorar o emprego dos jovens, que continuam enfrentando um cenário pouco otimista no qual persistem o desemprego e a informalidade. Na conclusão do documento, a organização cita que, com esse cenário, “não é casual que os jovens sejam defensores dos protestos de rua quando suas vidas estão marcadas pelo desalento e a frustração por causa da falta de oportunidades”.
Em todos os países pesquisados, as mulheres são maioria entre os jovens da “geração nem nem”. Na América Latina elas representam 92% desse grupo. Ainda nos países latino-americanos, aproximadamente 25% desses jovens (5,25 milhões) buscam trabalho, mas não conseguem outros 16,5 milhões não trabalham, nem buscam emprego, e cerca de 12 milhões dedicam-se a afazeres domésticos. Os que não trabalham nem estudam e nem se dedicam a outras atividades são classificados de “núcleo duro” e demandam uma atenção especial dos governantes.
Na região, Honduras é o país que apresenta o maior percentual de jovens “nem nem”, com 27,5%, seguido da Guatemala (25,1%) e El Salvador (24,2%). Os países com menor percentual são Paraguai (16,9%) e Bolívia (12,7%).
No Brasil, mulheres negras são maioria
Entre os jovens brasileiros, 19% com idade entre 15 e 24 anos não trabalham nem estudam. No Brasil, o número de mulheres negras nesse perfil é duas vezes maior que o de homens, segundo o relatório da OIT. Entre os fatores estão que colaboram para esse número estão baixo nível social e casos de gravidez na adolescência, o que faz com que a mulher interrompa os estudos e, também, a atividade profissional.
De maneira geral, não são apenas os jovens entre 15 e 24 anos que preocupam a OIT. Hoje, 13,1% dos jovens do mundo continuam sem emprego, ou seja, um total de 74,5 milhões de pessoas. Só em 2013, 1 milhão de jovens perderam seus trabalhos e, com os países ainda em recuperação após a crise econômica de 2008, a perspectiva de futuro para a “geração nem nem” ainda não parece otimista.
Os números do relatório da OIT mostram que a situação de crescimento econômico com emprego registrada nos últimos anos na América Latina não foi suficiente para melhorar o emprego dos jovens, que continuam enfrentando um cenário pouco otimista no qual persistem o desemprego e a informalidade. Na conclusão do documento, a organização cita que, com esse cenário, “não é casual que os jovens sejam defensores dos protestos de rua quando suas vidas estão marcadas pelo desalento e a frustração por causa da falta de oportunidades”.
Em todos os países pesquisados, as mulheres são maioria entre os jovens da “geração nem nem”. Na América Latina elas representam 92% desse grupo. Ainda nos países latino-americanos, aproximadamente 25% desses jovens (5,25 milhões) buscam trabalho, mas não conseguem outros 16,5 milhões não trabalham, nem buscam emprego, e cerca de 12 milhões dedicam-se a afazeres domésticos. Os que não trabalham nem estudam e nem se dedicam a outras atividades são classificados de “núcleo duro” e demandam uma atenção especial dos governantes.
Na região, Honduras é o país que apresenta o maior percentual de jovens “nem nem”, com 27,5%, seguido da Guatemala (25,1%) e El Salvador (24,2%). Os países com menor percentual são Paraguai (16,9%) e Bolívia (12,7%).
No Brasil, mulheres negras são maioria
Entre os jovens brasileiros, 19% com idade entre 15 e 24 anos não trabalham nem estudam. No Brasil, o número de mulheres negras nesse perfil é duas vezes maior que o de homens, segundo o relatório da OIT. Entre os fatores estão que colaboram para esse número estão baixo nível social e casos de gravidez na adolescência, o que faz com que a mulher interrompa os estudos e, também, a atividade profissional.
De maneira geral, não são apenas os jovens entre 15 e 24 anos que preocupam a OIT. Hoje, 13,1% dos jovens do mundo continuam sem emprego, ou seja, um total de 74,5 milhões de pessoas. Só em 2013, 1 milhão de jovens perderam seus trabalhos e, com os países ainda em recuperação após a crise econômica de 2008, a perspectiva de futuro para a “geração nem nem” ainda não parece otimista.
FONTE: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/nao-estuda-nem-trabalha-crise-economica-e-problemas-sociais-lancam-alerta-sobre-a-geracao-nem-nem.htm
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
'Selfie' é escolhida palavra do ano por dicionário Oxford
A palavra "selfie", que designa fotos que pessoas tiram delas mesmas com celulares ou webcam, foi escolhida como a palavra do ano de 2013 do idioma inglês pelo dicionário Oxford.
Os editores do dicionário afirmam que a palavra evoluiu do uso restrito a um nicho nas mídias sociais para um termo usado corriqueiramente por pessoas no mundo inteiro.
Ainda de acordo com os editores, as pesquisas apontam que a frequência do uso da palavra no idioma inglês aumentou 17.000% em 2013.
A palavra foi incluída na versão online do dicionário inglês em agosto, mas ainda está sendo considerada para uso na versão em papel.
Os editores do dicionário afirmam que a palavra evoluiu do uso restrito a um nicho nas mídias sociais para um termo usado corriqueiramente por pessoas no mundo inteiro.
Ainda de acordo com os editores, as pesquisas apontam que a frequência do uso da palavra no idioma inglês aumentou 17.000% em 2013.
A palavra foi incluída na versão online do dicionário inglês em agosto, mas ainda está sendo considerada para uso na versão em papel.
Outras palavras e expressões concorreram ao posto de palavra de 2013, entre elas "twerk", a polêmica coreografia popularizada pela cantora americana Miley Cirus, e "binge-watch", que significa passar muito tempo assistindo televisão.
"Schmeat", que significa carne produzida artificialmente a partir de tecido biológico, também entrou na lista de concorrentes deste ano.
Segundo o dicionário Oxford, a tradicional escolha celebra a criatividade dos falantes do inglês quando enfrentam mudanças sociais, políticas ou tecnológicas.
Em 2008, por exemplo, o ano da crise econômica mundial, a expressão do ano foi "credit crunch", ou "crise do crédito".
"Schmeat", que significa carne produzida artificialmente a partir de tecido biológico, também entrou na lista de concorrentes deste ano.
Segundo o dicionário Oxford, a tradicional escolha celebra a criatividade dos falantes do inglês quando enfrentam mudanças sociais, políticas ou tecnológicas.
Em 2008, por exemplo, o ano da crise econômica mundial, a expressão do ano foi "credit crunch", ou "crise do crédito".
Definição:
A palavra "selfie" é definida no dicionário Oxford como "uma fotografia que a pessoa tira dela mesma, tipicamente com um smartphone ou webcam, carregada em um site de mídia social".
O aumento no uso da palavra foi calculado pelos editores do dicionário usando um programa que coleta mensalmente cerca de 150 milhões de palavras em inglês atualmente em uso na web.
O software é usado para captar o surgimento de novas palavras e monitorar mudanças na geografia, registro e frequência de seu uso.
Segundo o dicionário, o "selfie" pode ser rastreado até o ano de 2002, quando a palavra foi usada em um fórum online australiano.
Um homem postou uma foto de ferimentos em seu rosto, depois de ter tropeçado em um degrau. Ele pediu desculpas pela foto estar fora de foco, dizendo que não era por ele estar bêbado, mas porque se tratava de um "selfie".
Em 2013, a palavra já vinha sendo usada inclusive por falantes de outras línguas, graças à notoriedade de "selfies" de pessoas famosas - como a foto do papa Francisco feita com um grupo de adolescentes, que se tornou viral.
"Os sites de mídias sociais ajudaram a popularizar o termo, com a hashtag #selfie aparecendo no site de compartilhamento de fotos Flickr já em 2004, mas o uso não se espalhou até 2012, quando o selfie estava sendo usado de forma geral em fontes de mídia mais tradicionais", disse Judy Pearsall, diretora editorial do dicionário Oxford.
O aumento no uso da palavra foi calculado pelos editores do dicionário usando um programa que coleta mensalmente cerca de 150 milhões de palavras em inglês atualmente em uso na web.
O software é usado para captar o surgimento de novas palavras e monitorar mudanças na geografia, registro e frequência de seu uso.
Segundo o dicionário, o "selfie" pode ser rastreado até o ano de 2002, quando a palavra foi usada em um fórum online australiano.
Um homem postou uma foto de ferimentos em seu rosto, depois de ter tropeçado em um degrau. Ele pediu desculpas pela foto estar fora de foco, dizendo que não era por ele estar bêbado, mas porque se tratava de um "selfie".
Em 2013, a palavra já vinha sendo usada inclusive por falantes de outras línguas, graças à notoriedade de "selfies" de pessoas famosas - como a foto do papa Francisco feita com um grupo de adolescentes, que se tornou viral.
"Os sites de mídias sociais ajudaram a popularizar o termo, com a hashtag #selfie aparecendo no site de compartilhamento de fotos Flickr já em 2004, mas o uso não se espalhou até 2012, quando o selfie estava sendo usado de forma geral em fontes de mídia mais tradicionais", disse Judy Pearsall, diretora editorial do dicionário Oxford.
FONTE: http://educacao.uol.com.br/noticias/bbc/2013/11/19/selfie-e-escolhida-palavra-do-ano-por-dicionario-oxford.htm
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